Segurança como negócio

O mercado da segurança privada movimentou, no ano passado, por volta de R$ 20 bilhões no Brasil, segundo estimativas da Confederação Nacional de Vigilantes e Prestadores de Serviço. Apenas em equipamentos de segurança eletrônica (ESE) foram R$ 1,8 bilhão.

A segurança é uma área de negócio que já movimenta uma imensidão de setores e pessoas, como executivos das empresas, vigilantes, técnicos, integradores de sistemas, instituições governamentais, distribuidoras e usuários finais, além de uma mídia que começa a estar voltada cada vez mais para o conhecimento específico deste segmento. 

São meios que se beneficiam desta expansão de mercado, como bancos de dados públicos e privados, revistas e websites, jornais e periódicos de grande circulação ligados ao setor de segurança eletrônica.

Sendo o 11º país mais inseguro do mundo, com altos índices de homicídios, um crescimento na demanda por equipamentos e soluções para conter a falta de planejamento na segurança pública de médio e longo prazo tem-se observado de forma significativa ano a ano. 

O aumento das taxas de criminalidade, o avanço de tecnologias integradoras de sistemas de segurança, a nova tecnologia IP e o crescimento pela demanda por ESE em edifícios comerciais têm sido os impulsionadores deste mercado.

Entretanto, a grande presença do mercado informal, a falta de mão de obra qualificada para trabalhar com as novas tecnologias e a variação cambial, já que parte significativa dos equipamentos é importada, têm se tornado fatores de risco a este negócio.

O perfil do profissional qualificado tecnicamente para trabalhar com sistema de segurança tem se tornado um gargalo relevante a este mercado, assim como a flutuação cambial, que acabou por tirar do mercado diversas empresas de segurança privada. 

Muitas destas, sem estrutura organizacional para realizar as devidas manutenções em clientes, ou sem estrutura financeira para possibilitar a compra de equipamentos, fizeram com que o mercado ficasse em 2015 mais singelo, mas não menos expansivo. 

Este mercado movimenta pessoas, equipamentos e muito dinheiro não apenas em soluções voltadas à segurança pública e privada, mas também à segurança do trabalho e da informação.

A mudança da cultura organizacional dentro das empresas a favor da segurança e a profissionalização do setor são um caminho sem volta e que veio para ficar. Mas será preciso saber o que se pretende proteger, contra quem, quais os reais riscos da não implementação de sistemas integrados de segurança e, assim, levantar os custos associados aos ataques, sejam físicos ou virtuais, contra o patrimônio ou a pessoa.

[Fonte: A Notícia]